Artista
Homenageado:
Clóvis Irigaray
Artista escolhido para ser homenageado pela XX Mostra Guaicuru de Artes, em formato digital, meses antes de sua morte. A temática indígena sempre presente e a forma transgressora de Clovito viver sua arte no corpo, inspiraram essa homenagem, por sintetizar as caracteríscas essenciais da arte produzida pela Unidade Guaicuru, desde seu início.
“Clóvis Irigaray, artista que nasceu em Alto Araguaia (MT), na juventude, quando veio estudar em Campo Grande, nos anos 60, começou a produzir arte, no ateliê de Humberto Espíndola. Retornando a Cuiabá, ele foi produzindo, se tornando o precursor dos artistas mato-grossenses todos (já que até então não havia divisão), em colocar em sua arte a importância dos indígenas, dos nativos de Mato Grosso. Chegando na fase Xinguana, a mais festejada, um trabalho feito à pastel seco, hiper-realista e bem ousado, que o consagrou, não parando mais de fazer arte com a temática indígena.
Como Curador dessa Mostra, e de de todas as Mostras Guaicurus, anteriores a essa, em formato digital, achei por bem homenageá-lo. Coincidentemente, pouco tempo depois de decidir essa homenagem, ele veio a falecer em Cuiabá (em 03/04/2021). Então, em tempo lembramos desse nosso grande artista, que assim como eu, é do Mato Grosso uno. Nós participamos da exposição “Tudo é um Mato Só”, organizada em duas edições, sendo uma em Cuiabá e a outra em Campo Grande. Clóvito tinha uma admiração muito grande pelo nosso Movimento Guaicuru, e essa foi a razão de o colocarmos como Artista Homenageado.”
Jonir Figueiredo, Agosto de 2021.
CLÓVIS IRIGARAY: Clóvis Hugueney (Ato Araguaia, MT, 1949 – Cuiabá, 2021).
Desenhista. Tendo vivido em Campo Grande (MS), entre 1968 e 1971, colabora com o movimento desencadeado pela Associação Mato-grossense de Artes e participa de suas coletivas naquela cidade, em São Paulo e no Rio de Janeiro, entre elas: “5 artistas de Mato Grosso” (Instituto Cultural Brasil/Estados Unidos, Rio, 1971). Em Cuiabá, entre 1974 e 1977, desenvolve atividades junto ao Museu de Arte e de Cultura Popular da UFMT, onde, em 1975, apresenta a individual “Xinguana”, sua importante fase indigenista. Entre outros, participou do XVII Salão Nacional de Arte Moderna (Rio de Janeiro, 1969), IX Salão de Arte Contemporânea de Santo André (SP/Grande Prêmio), “Arte agora I/Brasil 70-75” (Museu de Arte Moderna, Rio), “Mostra realismo” (Paço doas Artes, São Paulo), em 1976.
(Fonte, livro: Arte Aqui É Mato, de Aline Figueiredo, 1999.)